O ronco incomoda, mas é apenas um dos problemas de quem tem apneia. A apneia causa inúmeros despertares, fragmentando o sono. Os numerosos despertares, ao longo da noite, podem estar prejudicando silenciosamente sua saúde. Com o passar dos anos, provoca doenças cardiovasculares e agrava as doenças cardiovasculares pre-existentes.
O que é a apneia
A apneia é um distúrbio respiratório do sono e, quando obstrutiva, ocorre quando há obstrução nas vias aéreas e ela se fecha por mais de 10 segundos, impedindo a passagem do ar. “Quando o organismo percebe que a concentração de oxigênio no sangue diminuiu, a pessoa desperta rapidamente. Em geral, ela nem se lembra de ter acordado. Superficializando o sono, ela recobra o tônus muscular da região da garganta e permite a respiração”, explica o biólogo Rogério Santos Silva, especialista em ciência do sono, de São Paulo. Em seguida, ela adormece e começa tudo de novo, várias vezes ao longo da noite. Para ser considerado sintoma da apneia, o ronco precisa vir
acompanhado da interrupção da respiração e acontecer com frequência ao longo da noite.
Como perceber se tenho o problema
Muita gente não sabe que tem apneia porque afirma dormir bem e acordar revigorada. Geralmente, quem se incomoda é o parceiro ou a parceira, que não consegue dormir por causa do ronco, neste caso, se a pessoa dorme sempre sozinha, é possível que nunca descubra. Se você já foi cutucada no meio da noite ou ouviu reclamações por causa do ronco, procure um especialista. Ele vai encaminhar você para um exame chiado de Polissonografia, onde é feito o monitoramento, durante toda a noite, capaz de identificar mais de 80 distúrbios, que vai mostrar se você sofre de apneia e a gravidade.
Consequências no dia a dia
Por causa do sono fragmentado, você pode ter sonolência ao longo do dia, sentir dores de cabeça pela manhã, fadiga e facilidade para dormir, perigosamente, em qualquer hora e lugar. Além disso, a capacidade de concentração diminui, a memória falha e você pode ficar mal-humorada.
Problemas de saúde
“Em cada despertar, a pressão arterial e a frequência cardíaca aumentam e os vasos ficam mais estreitos. O problema é que esse é justamente o momento em que seu corpo precisa que a pressão e a frequência estejam mais baixas e os vasos fiquem dilatados, já que as atividades do organismo estão reduzidas, explica a cardiologista Glaucilara Reis, especialista em medicina do sono, de São Paulo. Ao longo dos anos em que esse processo se repete, o organismo pode começar a produzir substâncias inflamatórias e a fibra muscular da cavidade do coração aumenta. Assim, o órgão precisa se esforçar mais para conseguir bombear sangue. Todos esses fatores favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo Glaucilara, a apneia aumenta a probabilidade de se sofrer esse tipo de doença na seguinte proporção:
Hipertensão – 50%
Síndrome coronariana aguda – 30%
Acidente vascular cerebral – 60%
Insuficiência cardíaca – 25%
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