CRIANÇA RESPIRADORA BUCAL
A respiração bucal ocorre quando se substitui o padrão correto de respiração nasal por um padrão bucal ou misto (buco-nasal). Além disso, respirar pela boca é prejudicial, pois pode trazer sérias consequências à saúde física e cognitiva.
Por outro lado, o padrão respiratório inadequado tenta compensar, abrindo a boca, o ar insuficiente inspirado pelo nariz. Com o tempo, isso pode afetar progressivamente o desenvolvimento físico e cognitivo do paciente, além de comprometer a harmonia da face e das arcadas dentárias.
Ademais, a respiração bucal, a médio ou longo prazo, pode acarretar prejuízos ósseos. Muitas vezes, esses prejuízos são de difícil reabilitação, incluindo alterações faciais (musculares e ósseas), além de alterações do tórax e da postura.
Por isso, a criança que apresenta esse tipo de respiração poderá necessitar de tratamento por uma equipe multidisciplinar, como médico, ortodontista, fonoaudiólogo e até mesmo fisioterapeuta.
Além das questões físicas, crianças com respiração bucal podem apresentar hipersonolência diurna. Em outras palavras, elas têm sono insuficiente, o que dificulta a atenção no aproveitamento escolar e pode causar irritabilidade
De fato, a síndrome da apneia do sono (SAOS) é a expressão máxima dos distúrbios respiratórios do sono. Em crianças, a principal causa costuma ser a obstrução das vias aéreas.
Consequentemente, as apneias levam à fragmentação do sono, devido aos microdespertares. Esses eventos são consequências da redução de oxigênio circulante no sangue, ou seja, a hipóxia. Como resultado, o nível de oxigênio diminui, enquanto há um aumento de gás carbônico no sangue, o que gera hipercapnia e acidose. Frequentemente, esses fatores estão relacionados à diminuição do rendimento escolar, cefaleia matutina e muitos outros problemas.
TRATAMENTO PREVENTIVO DA CRIANÇA
Por isso, o tratamento preventivo e interceptativo é essencial. Ele se refere a um nível informativo e de mínima intervenção profissional. Nesse contexto, o ortodontista deve avaliar e acompanhar a criança, orientando-a a:
- manter um padrão de respiração nasal;
- alimentação e à higienização adequadas ao desenvolvimento da face e oclusão;
- entender a importância da manutenção dos dentes decíduos, em perfeito estado, para o desenvolvimento da face e oclusão;
A CRIANÇA QUE RONCA TEM APNEIA?
Amígdalas e adenoides grandes, por exemplo, são uma causa comum de obstrução das vias aéreas e de apneia do sono na criança.
Além disso, o ronco e a respiração bucal em crianças desequilibram a função dos músculos que atuam na face. Por isso, esses sinais de alerta, quando adequadamente tratados, podem afastar a possibilidade do ronco e da apneia se manifestarem no futuro.
Nesse sentido, o treinamento do ortodontista em Medicina do Sono capacita esses profissionais a regularizar o posicionamento dentário e o crescimento dos maxilares nas crianças. Dessa forma, é possível tratar a apneia, prevenindo que a criança se torne apneica quando adulta.