Apneia significa “parada da respiração” e assim é chamado o distúrbio que causa interrupções da respiração durante o sono. As apneias são causadas por obstruções da passagem do ar por 10 segundos ou mais e quando a frequência for maior que 5 por hora de sono, está caracterizada a doença Apneia do sono.
Estudos mostram que no Brasil, cerca de 33% dos adultos sofrem de apneia do sono, sendo a maior incidência entre os homens, obesos e maiores de 35 anos.
Um dado alarmante é que cerca de 90% dos indivíduos que possuem apneia do sono ainda não possuem o diagnóstico correto ou sequer foram alertados pelo seu médico, para a possibilidade de sofrerem desta doença!
Dúvidas Frequentes
- O Ronco pode significar Apneia?
Todo ronco é sinal de anormalidade e precisa ser tratado, mas nem sempre está acompanhado de apneia.
- O que provoca a apneia do sono?
O aumento do peso é causa mais comum nos adultos, o excesso de tecido mole na garganta dificulta mantê-la livre ao fluxo respiratório. A apneia também ocorre quando os músculos da garganta e língua relaxam mais do que o normal e isto tende a agravar-se com a idade. Além das alterações do formato da cabeça, pescoço e proporcionalidade dos ossos da face, que podem resultar em menor espaço para passagem de ar pela garganta.
- Criança que ronca tem apneia?
É possível! Amígdalas e adenoides grandes são causa comum da apneia do sono nas crianças. O ronco e respiração bucal desequilibram a função dos músculos que atuam na face em crescimento, além disso, a apneia também prejudica a qualidade do sono, aumentando a sonolência diurna e a perda de atenção e concentração, reduzindo assim o aproveitamento cognitivo e escolar da criança, bem como o relacionamento social, pois a falta de sono pode se manifestar com a irritabilidade.
O treinamento em Medicina do Sono capacita ao ortodontista – que já está apto a regularizar o posicionamento dentário e crescimento dos maxilares nas crianças – a também prevenir a apneia no adulto. Na reabilitação da criança que ronca é importante a atuação do otorrinolaringologista, do ortodontista e da fonoaudióloga. Os sinais de alerta quando tratados adequadamente e de maneira precoce, podem significar o afastamento da possibilidade da apneia se manifestar na vida adulta.
- Quais as consequências da apneia do sono?
Cada vez que ocorre uma apneia, ocorre também a diminuição da oxigenação sanguínea. A fim de evitar a morte por asfixia, o organismo envia um “sinal” ao cérebro, causando o despertar inconsciente por tempo suficiente para conseguir desobstruir a garganta. Ou seja, ocorre um micro despertar, que o indivíduo não percebe e nem lembra no dia seguinte!
Esse fenômeno pode repetir-se por muitas vezes em cada noite de sono, nos casos mais graves. Após cada micro despertar, ocorre também uma descarga aguda de hormônios do estresse, como a adrenalina e outros que, aliada a queda da oxigenação sanguínea, podem desencadear arritmias cardíacas, infarto do miocárdio, hipertensão arterial, acidentes vasculares cerebrais (AVC), diabetes, obesidade, , entre outras.
Devido a esse grande número de micro despertares causados pelas apneias repetidas, o sono torna-se fragmentado, ocorrendo diminuição do sono profundo que é fundamental para a recuperação do corpo e do sono REM (Rapid Eye Movement – fase onde ocorrem os sonhos), importantíssimo para a consolidação do aprendizado e da memória. Assim, a apeia do sono é uma das causas mais comuns de fadiga, sonolência diurna, dificuldades de aprendizado e memória.
- Quais os sintomas da Apneia do Sono? Quando suspeitar desse distúrbio?
Quem sofre com apneia raramente percebe que tem dificuldade de respirar durante o sono e, por esse motivo, a doença geralmente passa despercebida, debilitando o organismo, ao longo dos anos. Em muitos casos, a suspeita da doença ocorre por outras pessoas observarem os episódios de apneia ou devido aos seguintes sintomas:
- Ronco alto e interrompido
- Sono agitado
- Engasgos noturnos
- Sonolência excessiva durante o dia
- Despertares frequentes
- Levantar-se para urinar, várias vezes à noite
- Pesadelos
- Sono não reparador
- Fadiga crônica
- Dor de cabeça pela manhã
- Irritabilidade
- Apatia, Depressão
- Dificuldade de concentração
- Perda de memória
- Impotência sexual
- Como diagnosticar a Apneia do Sono?
O diagnóstico da apneia do sono é feito através de um questionamento e de um exame chamado Polissonografia, que é realizado em laboratório de sono. São monitoradas a passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, atividades musculares, posição do corpo na cama, entre outros. Mas fique tranquilo, nada é invasivo ou doloroso!
- Quais os tratamentos para a apneia do sono?
O tratamento depende da causa e da gravidade da doença, definido pelos resultados dos exames diagnósticos. O ronco sem apneia, bem como a apneia do sono leve, pode ter melhora significativa com medidas simples como: dormir de lado, perder peso, evitar uso de álcool ou tranquilizantes, etc.
CPAP
O tratamento nos casos mais graves pode incluir cirurgias ou consistir no uso do aparelho chamado CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), um pequeno compressor de ar, muito silencioso, que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz do paciente. Esse aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e restabelece o sono normal ao indivíduo. As indicações, contra-indicações e boa adaptação deste tratamento ao paciente tem melhores resultados quando realizado com acompanhamento de equipe de saúde especializada em distúrbios do sono.
A.I.O.
O aparelho intra oral, na apneia leve ou moderada, vem proporcionando maior adesão ao tratamento do ronco e apneia, pois como é intra-oral, reúne conforto e praticidade. O A.I.O. somente é usado em casos mais graves quando há extrema necessidade, total impossibilidade de adesão do paciente ao tratamento com o CPAP ou em caso de substituição por período curto, como durante a manutenção do aparelho CPAP.
